18 de outubro de 2012

Meu lugar


Todo mundo sempre me pergunta o que eu quero ser quando crescer. É meio complicado já que minha condição física e estagnada não me ajudaria muito no quesito “crescer”. Já ser, bem, eu sou. Todos nós somos. Só não nos descobrimos ainda ou, quem sabe, ainda não cativamos nosso destino.

Ao pensar nisso, cheguei a outra pergunta: onde eu quero estar? É meio óbvio e ao mesmo tempo, complexo. Muitas meninas da minha idade já teriam Londres, Paris ou qualquer outro canto da Europa na ponta de suas respectivas línguas. Mas eu não. Não sei.

É claro que uma vez ou outra, a gente sabe onde quer estar e com quem quer estar. É tudo tão simples: designar a hora, o dia, o lugar e o que fazer com a pessoa com quem queremos estar. Mas e o fixo? Quero dizer, onde você, caro leitor, vai querer sentar e deixa os pingos de chuva molharem o rosto e as barras da calça? E todo dia depois do trabalho? Ou todos os feriados?

Quando idealizo um lugar, penso em uma varanda toda branca. Duas janelas e uma porta no centro. Espaçosa, aconchegante e própria para um pedido de casamento repentino. Algumas vezes e nessa mesma varanda, eu rodopiaria de felicidade. Outras, eu reclamaria do salto que eu fui obrigada a usar ou quem sabe, teria um beijo roubado por alguém que eu realmente ame. E que eu nunca duvide disso.

Chego a discordar de mim mesma e crer que não existem lugares fixos e perfeitos para sempre. Locais como uma varanda, um bar, um lar... ou até um jardim podem sim ser para sempre. E sabem o motivo? Momentos. Lembranças. Elas nunca morrem e por mais que o tal lugar mude, desapareça... o que você sentiu e viveu ali, exatamente ali, nunca vai embora. Fica marcado na vida que carregamos mundo à fora.

Esse é o lugar onde eu quero estar. Não um mundo de conto de fadas que criei quando tinha cinco anos e tive meu primeiro amor. E sim, um mundo onde eu possa viver, ter cicatrizes que nunca hesitem em doer quando necessário. Um mundo onde eu possa receber um “não” e um beijo no rosto, seguido de um abraço que deveria ser para sempre, porque isso é “para sempre”: nunca deixar morrer. Poder gritar, sair correndo e amar... amar ser lembrada e lembrar como se jamais houvesse amanhã, porque o futuro e o tal lugar ainda me esperam. Eu sei disso.

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