Lá pelos meus catorze anos, jurava de pés juntos que você era só você. Hoje em dia, eu não sei o que se passava pela minha cabeça! Vá entender uma pré-adolescente que assiste filmes da Disney e que acredita que o bobalhão bonitão do ensino médio vai mudar por ela... Eu não entendia e achava que sentia que não sentia nada. Além do medo, talvez o motivo fosse eu não estar preparada para viver algo intenso e forte que é o amor que eu sinto por você agora.
Muita gente pode achar que como todos os outros seres altamente femininos desse mundo, eu esteja só numa crise de TPM e carência por não ter encontrado um carinha certo. E que talvez, eu só esteja recorrendo a você pelo simples fato de sempre ter sido alguém que esteve do meu lado, até quando eu não estava com o cabelo escovado ou roupa de festa. Mas é algo muito mais complexo que isso.
Dia desses, em uma pausa que dei do stress da minha rotina, estava lendo sobre uma menina que sempre idealizou o príncipe encantado com pinta de Richard Gere e que acabou se casando com um gordinho, amigo de trabalho. Ela curtia jazz e ele samba rock. Mas o mais incrível, é que os dois curtiam jazz e samba rock. Não acredito muito nessa coisa toda de "os opostos se atraem". Puro papo furado!
Nada contra gordinhos ou caras atraentes, mas é que o amor surpreende quando é de verdade. É claro que não se pode aceitar migalhas ou viver esperando pela eternidade e com sete gatos, mas é preciso ficar atenta ao coração sem esquecer do senso e da razão, mesmo que quando se for amar, esteja disposto a presenciar, vivenciar e fazer loucuras, das mais leves as mais hardcore.
Voltando aos fatos, se você me perguntar, eu juro que não vou saber responder. Mas eu prometo que tento e tento segurar o nervosismo também, tá bem?
Pois então, como eu disse e repito, não sei quando foi. Talvez tenha sido naquela sua ligação de feriado. Você não tinha nada para fazer, reclamou comigo e eu fiz o mesmo. A gente sempre teve liberdade para falar sobre qualquer coisa. Inclusive, já falei dos caras da minha vida e chorei no seu colo. Queria te chamar pra andar, mas não conseguia e nem consigo mais. Se fosse antes, eu juro que chamava. Qual problema da amiga chamar o amigo para sair? Eu sempre me via como um menino do seu lado mesmo. Mas a merda todinha foi que isso já não cabia mais na minha cabeça. É louco como eu já estava me sentindo uma bobinha em cada risada e a cada palavra que saia da minha boca.
Minha vontade era desligar. E me desligar. Na verdade, eu queria mesmo era desligar e você ter um motivo para vir aqui em casa, acordar os cachorros e me xingar. Só aí eu ia ter você todo autêntico. E foi a partir disto que cheguei a primeira conclusão das muitas que tento chegar para poder explicar: amo quando você aparece, de repente. Causa frio na barriga sem querer, mas querendo mesmo é que eu deixe as atitudes ogras de lado e deixe meu coração amolecer.
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