Antes que eu me esqueça, essa droga é para você. Minha droga.
Desculpem a minha provável prepotência, mas posso ter quem
eu quiser. Simples assim. Talvez seja meu cabelo, minha altura e, quem sabe,
minha simpatia que eu tenho quando quero. É sério, ser simpático com todo mundo
não é o meu forte. Mas ser forte, eu consigo. Fiquem tranquilas, meninas.
Sabe aquele tipo de cara dos sonhos? Nada de vampiro homossexual
ou qualquer fantasia literária de uma frustrada gorda. Sou de carne e osso, não
de purpurina e só amor. Tenho defeitos como ninguém, aliás, defeitos como todos
vocês tem. Eu xingo, reclamo e atiradas, por favor, não sejam atiradas perto de
mim. Até eu tenho limites, por favor, tenham o de vocês.
Gosto de música alta. Curto não me ouvir, às vezes.
E se você tirou conclusões precipitadas, alto lá! Sou
imprevisível. Alguns, preferem misterioso. Eu prefiro “eu”: olhos dourados e
altamente capaz de ser corajoso de todas as minhas convicções. Mas se preferir teimoso,
juro que irei discordar. Quem sabe, contrariar.
Como alegria de galã dura pouco, tenho que admitir que já
passei por muitas e boas. Definitivamente, boas. E como... mas, antes que eu
perca a linha de raciocínio em mais uma linha curva dentro de um vestido,
voltemos ao ponto. Comi e tive minha cara amassada no pão que o diabo amassou.
Sofri o que tive de sofrer e essa é a hora em que você pensa “quem diria”.
Fazia tempo que eu não me encontrava tão seguro, tão em mim
e ao mesmo tempo, tão “mundo, estou aqui”. Deixei de me fragilizar ao som de Shiver e calei o emo dentro de mim.
Ponham o cinto de segurança, porque eu estou de volta – eu dizia, ao pegar um
copo bem cheio da bebida mais forte. E que se dane, não é?
Justamente quando você pensa em parar de ler, peço que
ignore o babaca no chat do Facebook por mais alguns minutos. Não sou um bom
contador de histórias, mas ela é. E espero que um dia, conte a todos sobre mim.
E como fiquei indagado sobre um possível “nós” que nunca irei contar a ninguém,
afinal, quem se arrisca se prejudica.
E se ela também pensa assim?
A cor do cabelo dela não é a minha preferida e posso estar
enganado, mas a verdade é que ela nem faz o meu tipo. Discreta, passa
despercebida pelos ignorantes e tem um sorriso que contagia o mundo.
O que? Eu disse isso mesmo?
Voltando... ela lê poemas do Edgar Allan Poe, ouve folk e tem uma mania curiosa de
cantarolar pelos cantos. Diz que gosta de se sentir em um comercial de perfume
sempre que está entediada. Mas que papo é esse, garota? Depois você diz que eu sou o maluco.
De forma realista, digo que eu poderia ficar aqui digitando
para sempre o quanto ela é estranha, confusa, engraçada e encantadoramente
curiosa. Antes de dormir e quando acordo, me pergunto por que diabos ela é
sempre a primeira coisa em que penso. E a última. Ela deve gostar de provocar
meu instinto investigativo. Coisa irritante e prazerosa essa.
Não consigo fazer sentido quando falo dela. Então, rezo para
que ela não saiba que seus possíveis jogos da mente funcionam comigo.
Nossos “em comum” são incríveis. Sinto-me mais ligado do que
nunca quando ela diz coisas que eu diria, se eu fosse mais rápido. Mas não sou.
Mal consigo e a passos lentos, me aproximar dela. Queria poder chegar e dizer “lembrei
de você o dia todo” ou “você é demais, garota!” com naturalidade impecável e
sem me condenar, sem me denunciar. Queria e não consigo. Não faço. E ela sorri
mesmo assim.
Queria poder retribuir cada sorriso compreensível dela com
um abraço. Será que ela gostaria dos meus? Apesar da firmeza de suas palavras
independentes, é uma das criaturas mais frágeis que conheço. Tenho medo de
quebrar o cristal esperançoso que é com minhas mãos. Por mais que eu duvide
disso, de fato me odiaria caso acontecesse algo com ela e por minha cretina causa.
Não falo, não abraço, não me declaro. Não a machuco e ela
continua com os sorrisos. Essa é minha exemplar zona de conforto.
Por fim, posso dizer que ela desperta esperança em tudo que
olha. Quando ela olha diretamente em meus olhos e desvia com pressa, como
sempre, sinto vontade de ser a melhor pessoa do mundo. Sinto vontade de adotar
um cachorro, doar sangue e esgotar minha paciência com um pirralho da família.
Ela faz com que eu cogite a ideia do fim de mim. E reaviva a
possibilidade do eu: que age, que faz e que diz, afinal qual é o mim que se
preze que executa alguma ação respeitável?
Esse sou eu. Prepotente, engraçado e totalmente interessado. E em você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário